O CAMELÓDROMO, A PIRATARIA E OS POLICIAIS BANDIDOS DA PREFEITURA
Hertz do MUCA, Movimento Unido do Camelôs
O Camelódromo da Uruguaiana foi construído para assentar os trabalhadores ambulantes do Centro, mas foi transformado em espaço empresarial de mercadorias piratas com a conivência da Prefeitura e das Polícias Civil e Militar. Com a “Operação Guilhotina”, desencadeada pela polícia federal, confirma-se o que era sabido, mas não se podia divulgar, pois não havia provas da corrupção, agora há o depoimento de uma testemunha que diz que até o Chefe da Polícia Civil recebia o valor de R$ 100.000,00(cem mil reais) por mês para manter o Camelódromo funcionando.
A Prefeitura responsável pela licença de funcionamento manteve o mesmo esquema da gestão passada, também ficou claro pela “Operação Guilhotina”, que a SEOP(Secretaria Especial de Ordem Pública) mantinha estreita ligação com o delegado Carlos Oliveira, que chegou a exercer o cargo de subsecretário operacional, este foi preso por formação de quadrilha. Então observamos como é gerida as operações de segurança e de ordem pública na cidade do Rio de Janeiro, com reflexos na eleição do antigo secretário da SEOP.
Assim como no combate ao tráfico de drogas e no combate à pirataria sempre são presos os pé de chinelo, os pobres camelôs do “pulo” que muitas vezes compram mercadoria no Camelódromo tem sido perseguidos e presos várias vezes por receptação e venda de produto pirata e contrabandeado, mas os grandes tubarões do tráfico, do contrabando e da pirataria estão fazendo investimentos em paraísos fiscais, convivendo com a burguesia em hotéis de luxo, financiando campanhas políticas e a corrupção, nunca serão atingidos por estas políticas de segurança, que na verdade só visam aterrorizar aos pobres, vender mais armas e dar continuidade ao sistema.
A polícia que mais mata nas comunidades e a prefeitura que mais faz remoções sem respeitar os direitos das famílias pobres cumprem os interesses do lucro fácil, que se associa com com estes erros, embora divulguem que estão combatendo. No caso das UPPS, uma operação óbvia que já deveria ter sido feita, só agora é realizada devido aos megainteresses da Copa do Mundo e Olimpíadas e é implementado na região que se pretende ver livre das armas para o bem estar dos estrangeiros.
Na operação do Camelódromo, que foi deflagrada talvez por intuição desta investigação federal, não soubemos de nenhuma prisão, não foi descoberto nenhum outro depósito, não há nenhum responsável que seja apontado como grande fornecedor, com certeza não é o mesmo tratamento concedido aos camelôs que são agredidos na rua por guardas municipais e são levados a DRCPIM e autuados em flagrante e recolhidos as prisões infectas do estado.
O Camelódromo deve voltar a servir aos ambulantes cadastrados pela Prefeitura, que após mais de um ano ainda não regulamentou os espaços do comércio ambulante, devendo incentivar as pessoas que realmente necessitam de exercer o trabalho e combater os grandes especuladores, buscando a organização e excluindo os grandes empresários que desejam explorar o comércio nas ruas.