André Barros, 51 anos, carioca, mestre em ciências penais, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros e advogado da Marcha da Maconha. Entrou na Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ em 1989, onde foi delegado, membro, Secretário-Geral e atualmente Vice-Presidente.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
1823 APERTARAM 13420
1823 APERTARAM 13420
Inicialmente, quero agradecer o voto de confiança depositado no sossego da urna para quem apertou 13420, depois confirmando e apertando o verde de novo. As 1823 pessoas que participaram desta mobilização fizeram uma campanha limpa, sem panfleto, placa, carro de som, sem desrespeitar a consciência de quem iria votar.
Fizemos, fazemos e faremos política da mesma forma como foi feita a campanha e gostaríamos de mostrar muito mais na Câmara dos Vereadores, mas isso não será possível, já que não estamos entre os 51 eleitos. Bastariam 12200 votos e teríamos vencido a eleição. Sem qualquer tipo de poluição e apostando nas redes sociais, compartilhamos nossos vídeos em 180 mil visualizações. Colocamos o nosso cartum três vezes no jornal Meia Hora e uma vez no jornal Metro. Outra propaganda foi colocada no O GLOBO uma vez. Acreditamos que assim chegamos a milhares de pessoas que têm relação com a planta com fins diversos, além dos simpatizantes da causa.
Milhares de pessoas viram nossa campanha, ouviram nossas mensagens e leram nossos textos, além do número, que foi um código da maconha. Ouvimos diversas razões que fizeram com que não apertassem 13420 e uma delas era de que um vereador não teria competência para legislar sobre maconha. Mas a campanha esclareceu esta questão apontando as possíveis contribuições no debate, tendo apresentado vídeos com outras propostas, como a defesa das políticas sociais, o Brasil sem miséria, dentre outras. Postamos vídeos sobre banda larga pública, gratuita e universal, saneamento básico para todos, regularização fundiária em todas as comunidades.
Concretamente, de fato, não se pode legislar sobre a planta no âmbito municipal. No mesmo dia da eleição, mais um plantador foi preso em Brasília, como estão outros plantadores encarcerados por todo o país. Daí, começamos a pensar, com alguns amigos, na esfera federal, com uma campanha nacional pela legalização da plantação de maconha para uso próprio. Onde a tribuna nacional possa ser ocupada para denunciar as prisões dos plantadores por todo o Brasil, além de se criar uma estrutura jurídica para recorrer às cortes superioras em relação a todas essas abusivas e absurdas prisões de plantadores em todo o Brasil. Lutar pela legalização da maconha para todos os fins, inclusive como importante instrumento de reflexão, favorecendo a crítica de toda uma subjetividade competitiva neoliberal. A conclusão é que a melhor candidatura é para deputado federal.
Valeu a força, vamos que vamos, sempre juntos e abraço muito bem apertado!
ANDRÉ BARROS, advogado da Marcha da Maconha